12 de dez. de 2008

Toma



Para toda vez que você ficar puto porque não tem dinheiro para comprar futilidades.

Para toda vez que você ficar chateado porque sua turminha te largou.

Ou quando eles não te ligam, ou quando você não liga mais para eles.

Para toda vez que você ficar de saco cheio porque seu limite especial estourou, porque você foi comprar um monte de cremes e não precisava de nenhum.

Para toda vez que você ficar putinho (a) porque suas roupas não estão na moda. Ou te chamarem de cafona. Ou porque você é cafona mesmo.

Para toda vez que você se sentir sozinho (a) porque você não é mais descolado, não é mais novidade. Ou porque você não tem carro, anda de busão e mora na Vila Moraes, sendo que gostaria é de morar nos Jardins.

Para toda vez que você se sentir isolado (a) porque não te chamam para almoçar. Ou porque olham para você com cara de nojo.

Para toda vez que você se sentir um coitado (a), fraco (a) e sem carinho o suficiente da sua famíla. Ou porque sua mãe e seu pai nunca te trataram como as famílias dos comerciais de margarina tratam os filhos.

Para toda vez que eu esqueço coisas importantes dos meus amigos, de pessoas especiais, esforços e atitudes que eu deveria dar valor e agradecer.

Para todas as vezes que eu não me entendo com o ratinho que mora dentro da minha cabeça e que fica rodando na gaiolinha.

Para toda as vezes que nós ficamos contaminados com essa MERDA toda.

Para quando te derem um fora, te chamarem de traíra, te deixaram falando sozinho (a), duvidarem de você.

Para quando você quiser sumir, desaparecer, achar que tudo é uma grande merda:



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